É difícil dizer qual foi a
primeira biblioteca a ser criada no mundo, até porque as bibliotecas já
existiam antes mesmo do tipo de livro que conhecemos hoje em dia. Os povos
antigos (babilônios, assírios, egípcios, persas, chineses, gregos, etc.) já
reuniam seus acervos de documentos e escritos registrados em placas de argila,
papiros e pergaminhos.
Segundo os historiadores, uma
das bibliotecas mais antigas que se tem notícia é a Biblioteca de Nínive,
capital do Império Assírio (onde está localizado o Iraque atualmente), também
conhecida como Biblioteca de Assurbanipal – rei da Babilônia no século 7 a.C. A
biblioteca – construída no próprio palácio do rei – era composta por tábuas de
argila e tinham como assuntos religião, magia, história, astrologia, catálogos
de plantas e de animais, mapas e outros.
Os assírios eram principalmente
guerreiros, mas davam muita importância à preservação de arquivos, relatórios e
documentos. Estes, por sua vez, eram gravados em placas de barro, pois o papel
somente iria surgir muito mais tarde.
O sítio arqueológico de Khinnis,
no norte do Iraque, que abriga os monumentos mais importantes da antiga
civilização assíria, requer imediata proteção, afirmam especialistas.
O lugar foi aberto sem restrições
ao turismo e está sofrendo estragos
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O ISDP é um projeto especial da Sociedade Acadêmica Assíria, dos Estados
Unidos, com membros em todo o mundo. o sítio arqueológico, também conhecido
como Bavian, tem quase 2.700 anos de antiguidade e fica a nordeste da antiga
cidade de Nínive, agora chamada Mosul, na margem oriental do rio Tigre.
O atual sítio arqueológico, num enorme relevo feito sobre a rocha do rei
Sennacherib domina o rio Gomel. Nas laterais estão gravados numerosos símbolos
antigos e inscrições cuneiformes que descrevem a vida cotidiana dos assírios e
seu estreito vínculo com a água.
“Os relevos têm um grande valor cultural e histórico, que testemunha
como os assírios se relacionavam com Deus e com a natureza, e nos ilustra a
relação que tinham com a humanidade e a água”, disse à IPS o cientista McGuire
Gibson, uma autoridade em arqueologia mesopotâmica do Instituto Oriental da
Universidade de Chicago.
Antes da guerra, o Iraque era um dos países onde mais se protegia e
conservava as antiguidades em todo o mundo, disse Gibson. Até agora, o norte
havia permanecido a salvo de saqueadores, em comparação aos sítios localizados
no sul que foram bastante castigados, especialmente depois da invasão do
Iraque.
A conservação destes locais no Iraque
está a cargo da Junta Estatal de Antiguidades e Patrimônio, que deve ter sido
consultada sobre as atividades em Khinnis.